domingo, 7 de dezembro de 2014

Análise de Anime [13] - Love Live!



Esses dias estive sem muito anime pra assistir. Fiquei tipo numa fossa de anime depois de começar a assistir Hunter x Hunter e terminar o arco dos Chimera Ants. Não por ser um shounen viciante, mas porque tinha tanto episódio que eu fiquei semanas, se é que não deu uns 2~3 meses, fazendo o ritual de assistir um episódio toda noite enquanto jantava (quem nunca, né?)... até que passei pra ver 2 por noite... depois 3... até que acabou tudo e fiquei sem vontade de continuar os meus animes anteriores, além de meio que perder a graça de ver animes com muito fanservice.

Não sei como começou, mas acabei viciando no jogo móvel de Love Live, chamado School Idol Festival, talvez o jogo mais viciante que eu joguei no meu celular (o porquê eu deixo pra postar no Face mais tarde). Isso acabou me incentivando pra ver o anime original, já que animes parecidos como Idolm@ster e AKB0048 sempre tiveram boas músicas e uma boa dose de drama no decorrer da série (ao invés de Aikatsu, que é cancerígeno)

O anime da Sunrise, mesmo estúdio de Accel World (!)e Code Geass, não é baseado em idols de verdade como em AKB0048, mas apenas de um grupo fictício feito pelas próprias dubladoras das personagens principais do anime. Até aí não deveria ser nada de mais, mas como o período em que vivemos gosta de glorificar o moe das personagens, a série acabou estourando, rendendo uma segunda temporada lançada neste ano, OVAs, CDs de música, light novels, mangá (até hoje me pergunto o motivo de lançarem coisas escritas de uma série musical, mas ok), 3 jogos para o Vita, uma série em rádio e até um filme que está pra estrear ano que vem.

Mas essa hype vale mesmo tanto a pena assim? É só um anime cheio de garotinhas que cantam, não é? Bem, isso você vai descobrir agora.
História
<--- ouça enquanto lê a análise! xD

O anime conta a história de Kousaka Honoka, uma segundanista bem enérgica e alegre que adora a escola em que estuda por ser lá que ela encontrou com suas duas melhores amigas, Sonoda Umi e Minami Kotori, além de sua família estudar lá como tradição. Com o anúncio que a escola fecharia por falta de novos alunos prestando as provas de admissão, Honoka tenta desesperadamente achar algo para manter a escola viva tentando de algum jeito atrair novos estudantes para a escola. Um jeito que ela descobre é se inspirando num grupo de ídolos escolares de uma escola próxima, que além de ser bem tecnológica, possui o A-RISE, grupo de ídolos escolares mais famoso da região.

Nico me frustra pelo seu lado bitch, mas ela tem seu lado cauaí.
Assim, o anime narra a história de Honoka e as dificuldades que ela enfrenta para conseguir montar o seu tão sonhado grupo escolar para, assim, impedir que a escola Otonokizaka feche. Aqui, nada acontece na mágica (a maioria pelo menos...), e esse foi o ponto maneiro que eu achei do anime. Não tem essa de "quer formar um grupo de idol? Pronto, feito, tá aqui as interessadas e as músicas que você vai cantar" ou "é só fazer um skip treinando num lugar especial que tá tudo certo". O anime chega a "perder" uns bons episódios simplesmente mostrando as dificuldades que é montar uma coreografia, como elas têm que estar em forma para aguentar os shows, a dificuldade de escrever e compôr músicas, de conseguir gente interessada pra entrar, de conseguir espaço pra treinar, e coisas que nem sempre vão como o planejado devido a fatores que simplesmente não dá pra controlar.

Maki é a deusa dessa porra, pqp!
Sim, o anime tem partes tristes mesmo, acaba tendo brigas entre o pessoal do grupo e deixa claro inúmeras vezes que o objetivo é dar uma aproximação realista das coisas, inclusive quando as coisas parecem terem dado certo e no final acontece alguma coisa que deixa aquilo num tom triste. Não chega a ser um nakigê, mas tem os seus momentos. Fora isso, o ritmo é bem alegre e engraçado, com bastante coisa pra prender a sua atenção, seja as próprias personagens e suas histórias para entrar no grupo de idols. No começo, parece mais ser cu doce delas, e até mesmo que todas são tsunderes vadias, mas acredite, isso vai mudar e você vai gostar da mudança.

Animação e Trilha Sonora


A animação da Sunrise é uma das minhas favoritas pessoalmente, perdendo em qualidade só pra Ufotable mesmo (Fate/Zero, Kara no Kyoukai). Os movimentos são bem fluidos, as proporções são bem fiéis durante os episódios (exceto em raros momentos quando o ângulo ou a interface 2D pra 3D atrapalha), os movimentos até que são realistas e as expressões das personagens raramente ficam exageradas ou estranhas de algum jeito. Se fosse pra criticar, apenas se eu considerasse a saturação de cores nos olhos das personagens que em certas vezes é bem exagerado (especialmente na Eri e na Maki).

A modelagem em 3D durante os "clipes" das músicas do grupo ainda é algo que vai demorar pra ser dominado pela indústria, já que vira e mexe dá pra perceber inconsistências e movimentos exagerados. Confesso que dá um trabalho da porra se eles fossem reproduzir isso tudo em 2D e têm softwares por aí que animam direitinho personagens em 3D sem um trabalho excessivo (MMD prova isso).

A trilha sonora, como é de se esperar num anime desses, é bem alegre e com batidas cheias de emoção pra fazer o espectador arrepiar e ter vontade de pular. Durante os episódios, apenas uma música de fundo ou outra que reflete sensações tristes, mas o resto é só alegria e risos. Quanto às músicas cantadas, mesmo tendo praticamente uma em cada episódio, sinto que poderiam ter colocado mais e não ficar repetindo músicas, especialmente no começo. Mesmo isso não tirando o mérito de serem músicas bem boladas e com nenhuma que eu possa dizer que odiei, achei que certas vezes é desnecessário o anime "esfregar" algumas músicas nos seus ouvidos.

Opinião, Pontos Fortes e Fracos


É complicado falar em detalhes sobre este anime. A história acaba não passando de uma desculpa para ser "mais um anime de idols e personagens bonitinhas que rendem vários doujinshis yuri", quase que descaradamente copiando a fórmula de muitos animes que só existem para criar uma fanbase que compre os seus produtos que futuramente serão lançados.

Lembra que eu falei que odeio anime sem história? Pois é, cada vez mais que aumentei meu contato com demais animes de gêneros diferentes, minha opinião acabou por, pouco a pouco, mudar desde meu contato com Boku wa Tomodachi ga Sukunai. Mesmo a história sendo irrisória, os episódios deixam você se aproximar com a rotina das personagens que são meras estudantes de colegial. Nada de super poderes ou de "tenho dinheiro pra fazer o que eu quiser" nem nada do tipo. São apenas garotas normais correndo atrás de um objetivo em comum, que a cada episódio que passa, fica claro que elas acabam gostando de serem ídolos e fazer as pessoas sorrirem ao sorrir com a alegria de fazer o que gosta (eita espiral da felicidade, né não, Komari?)

"Posso ter o corpo e atitude de puta, mas com essa roupa de miko, sou uma santa!"

Isso, por incrível que pareça, despertou algo dentro de mim que fez ter fé na série, pois ela acaba ensinando, inconscientemente, que sempre há um jeito de correr atrás de seus sonhos, por mais que tenham as dificuldades, a dependência de outras pessoas com comportamentos que muitas vezes você não consegue manipular, o problema de arranjar tempo e de mais uma caralhada de coisas. Bobeira? Nem um pouco. São raros os animes que dão uma lição de moral dessas com história e tudo, quem dirá sem nem uma história decente.

Além disso, outro aspecto que também gostei que tinha em AKB0048, é que as músicas cantadas sempre têm algum sentido durante a série, não pelo ritmo ou entonação que deve ser dado a uma certa cena, mas pela letra que muitas vezes resume os desafios que foram enfrentados, com uma coreografia bem hipnotizante, ritmo contagiante e simplesmente com 9 cantoras com vozes que dão um charme, especialmente considerando que elas não são cantoras profissionais e que estão fazendo músicas originais.

#molhadinha
Se isso tudo ainda não o convenceu de ver o anime, talvez ainda assim os momentos engraçados vão te cativar, ou mesmo alguma personagem vai ter algum fetiche ou personalidade que desperte seu interesse, mas se você está esperando algo como histórias de amor envolvendo as personagens (mesmo com garotos... aliás, você vai contar nos dedos quando aparecer algum personagem masculino que não seja o pai da Honoka) ou alguma coisa mais melodramática, então o anime não vai ter mais nada para lhe oferecer.



Conclusão e Nota Final

Sim, o anime me surpreendeu. Eu achava que seria apenas um anime pra eu passar o tempo, mas acabou fazendo que eu gostasse do estilo que ele adota pra narrar sua história. Não chega a ser nada sério ou que vai me fazer colocá-lo como referência para outros animes no futuro, mas posso dizer que tive uma experiência bem divertida com a série, o que vai me fazer acompanhar mais um pouquinho do conteúdo dela na segunda temporada (que ainda estou vendo, mesmo eu achando um tanto mais fraco que a primeira) e do futuro filme.

Novamente reitero: não é um anime que você deve levar a sério só pelo que eu falei da moral que ele passa. Não tem problema nenhum se você simplesmente ignorar tudo isso e assistir pelo motivo que você prefere, mas ao meu ver, não sei o motivo de tanto ódio com o anime. Seria a falta de fanservice? A falta de uma história que se mantenha forte e evolutiva como as personagens do anime? Seria por causa das personalidades de algumas delas? Seriam pela quantidade de material capaz de fazer memes?

"Vem aqui, sua delícia!"
Não sei, mas seja lá pelo motivo que for, se você ainda não assistiu e quer um anime de leve pra degustar e ver se entra na pilha, vá em frente!










 Pontos Fortes 
      *Personagens bem diferentes e que evoluem com o tempo
      *O tom mais realista da série comparado com seus semelhantes
      *Momentos genuinamente tristes e dilemas pra refletir
      *As músicas viciam bastante
      *Personagens revezam os holofotes em cada episódio, o que vai agradar todo mundo

 - Pontos Fracos
      *De vez em quando o ritmo é quebrado sem muito motivo
      *Alguns problemas parecem serem resolvidos de maneira simples (até demais)
      *Sem personagens masculinos?

Nota Final: 8,0/10




Isso é tudo por hoje. Vejo vocês na próxima, e se demorar, feliz natal e feliz ano-novo (super) adiantados pra vocês e suas waifus!

Out.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Patch Parcial de Clannad para o Português é Lançado!! AGORA SIM, CARA!!!!

AEHOOOOOOOOOO!!!
Bem galera, vim aqui ressucitar o blog para dar a vocês as merecidíssimas boas notícias! (se é que você ainda tá achando que o título do post é pegadinha)

(Se você não entendeu, o link pro patch é acessado clicando na frase acima)

O patch é cortesia da Extreme VNs, coordenada pelo grande Marquinhos_Samurai e sua equipe. Se vocês acompanharam o cenário de traduções de visual novels no Brasil na nossa última postagem (que falando nisso, tenho que fazer uma nova atualização ainda neste ano), viram que o grupo estava vivo, porém de uns tempos para cá andaram sem postar muitas atualizações, assim como a maioria dos grupos de traduções de jogos quando vai chegando no final do ano e apertando pra passar de ano ou passar no vestibular.

No entanto, o grupo não desistiu e foram até o fim, liberando agora esta beleza de tradução. Pode não ser a melhor tradução possível, mas vamos lembrar que é uma versão PARCIAL, traduzindo apenas os 5 primeiros dias do jogo (mesmo que considerando as trocentas escolhas no meio da história) e os menus e configurações para deixar uma interface bonita. Claro, isso também é sinal que o projeto ainda vai seguir firme e forte até o seu lançamento final, que terá toda a sua glória na revisão final e no teste completo para entregar um pacote completo para os fãs da Key, que são muitos no Brasil.


Clannad surgiu como uma visual novel da Key após o lançamento de Air. Lançada em 2004 no Japão para PC (e mais tarde surgindo ports e remasterizações para trocentas plataformas) e incrivelmente famosa pelo anime feito posteriormente pela Kyoto Animation, a série conta a história de Okazaki Tomoya, um adolescente de saco cheio da vida, com uma família totalmente sem esperanças e sem muito o que fazer na sua escola a não ser andar com seu amigo Sunohara. Um dia ao ir para a escola, divagando sobre a vida, ele se encontra por acidente com Furukawa Nagisa, uma colega mais velha que acaba por chamar sua atenção ao perguntar se ele achava a sua vida escolar divertida. Tomoya acaba por se envolver mais e mais com a garota, o que acaba virando uma história de amor entre os dois que vai se desenvolvendo desde as suas vidas escolares até a vida adulta, onde ambos terão que enfrentar as dificuldades da vida juntos.

Bom, essa é a grande história da versão animada de Clannad, mas a sacada é que, no decorrer do tempo, Tomoya também acaba por se encontrar com outras garotas do seu colégio, e ao interagir com elas, ele acaba descobrindo as diferentes histórias de vida delas, tendo que resolver os traumas de vida delas com a ajuda dos demais amigos seus. No jogo, o desenrolar dessas histórias pessoais são, de fato, rotas específicas das respectivas personagens, onde (sim!) você pode se apaixonar por uma delas e avançar a história em diferentes perspectivas.

Toda trama envolve um mundo misterioso que Tomoya encontra em seus sonhos, algo que está diretamente ligado com a sua vida, mas cuja verdadeira existência ou motivo de sua presença por lá é desconhecida, e pouco a pouco, o jogador, ao completar as rotas das personagens e prosseguir para a rota verdadeira do jogo, descobrirá que tudo que ele passaria durante sua vida tem um sentido bem mais profundo que o simples "achar um sentido para a sua vida".


O patch de tradução funcionará para a versão original do jogo (ou seja, nada de pegar a Memorial Edition e depois vir chorar pra mim... ou melhor, pro Marquinhos, eu só tô divulgando!), e justamente por ser um patch parcial, todo e qualquer feedback dado por vocês ajudará e muito no progresso deles, seja em erros de português, adaptações ou bugs encontrados no jogo. Não há previsão para a versão completa, mas com o suporte de vocês, quem sabe o grupo acaba se motivando pra traduzir mais e mais rápido, né?

Espero que vocês tenham gostado da notícia, e fiquem tranquilos se vocês estão se preocupando com a nossa existência depois de tal acontecimento (poxa, e obrigado se realmente foi de coração!). A gente garante para os nossos fãs que a nossa tradução de Little Busters! vai sair, para que vocês assim possam ter acesso a mais uma visual novel traduzida ao dispôr de vocês e, assim como eu falo desde a fundação da Zero Force, poder expandir a visão das pessoas para este gênero de jogos eletrônicos e poder cada vez mais encontrar pessoas interessadas por eles em tantos eventos otakus por aí.


Até a próxima galera!
Out.

domingo, 28 de setembro de 2014

Análise [14] - Danganronpa 2: Goodbye Despair - A diferença entreEsperança e Desespero está na dose



Já deixo o aviso: tirei fotos de alguns trechos do jogo, mas tô com preguiça de fazer crop nelas. Largue a mão de ser chato e aproveite a análise!

Pra quem já viu a nossa análise do primeiro Danganronpa (da época que o jogo só tinha a tradução por fãs da Zetsubou Project) sabe que eu virei um fã instantâneo da série. Mesmo que tenha tudo começado com o anime que começou bem adaptado, mas depois ficou corrido (DEMAIS), Danganronpa me surpreendeu em todos os sentidos. O que antes mais parecia uma tentativa de exagerar o que já é exagerado em Phoenix Wright acabou abrindo horizontes para uma narrativa que vai muito além do simples "resolva esse caso, aqui estão os fatos e evidências", mas de uma história que vai a um confronto bem mais elementar na natureza humana, onde todos duvidam de todos num ambiente onde deve-se matar para ter uma chance de sobreviver, mas que na verdade são os laços humanos e a cooperação entre eles que dão a chance de lutar "contra o sistema" (você pode interpretar isso como uma coisa menos "revolta", tá?)

Mas bom, disso aí você já sabe se você já jogou o jogo anterior. Bem, então a continuação ensina simplesmente a mesma coisa? CLARO QUE NÃO, ISSO NÃO É CALL OF DUTY!

Danganronpa 2 é incrível pois ele começa como se fosse um novo jogo no mesmo universo, ou mesmo uma side-story que acontece com a Kibougamine Gakuen (Hope's Peak Academy, em inglês) em algum ano ou lugar diferente... até você encontrar a Monomi e virar tudo de cabeça pra baixo... e então encontrar referências engraçadas ao jogo anterior... e daí você passa quase meia hora no jogo e se pergunta "Caramba, isso ainda é o Danganronpa que eu tanto gosto?"... E DAÍ BOOM, todos são surpreendidos novamente quando quase nada do jogo anterior é citado... o que deixa você confuso, mas ao mesmo tempo feliz por ter um conteúdo tão único e imprevisível como foi a primeira vez que você jogou o primeiro jogo e caiu na mágica e vício de sua narrativa e progressão.

Mas bem, vamos encerrar a introdução por aqui senão não vou me conter. Vamos à análise!

História e Rotas
O protagonista desta vez é Hajime Hinata, um garoto que sempre quis estudar na Kibougamine Gakuen, admirando-a por toda a sua vida por ser um lugar onde, uma vez lá dentro, você estará feito na vida. Empresas virão atrás de você e vão lhe dar um emprego dos sonhos, ou se você quiser abrir seu próprio negócio, seja lá qual for o ser talento supremo, você vai suceder. Afinal, pra você entrar, você tem que ser excepcional em alguma coisa, que é basicamente o seu tal talento supremo, tanto que os estudantes sempre são conhecidos como supremo-alguma-coisa (ultimate em inglês, chou-koukoukyuu em japonês). Ou isso, ou ser sorteado numa loteira que rola no mundo inteiro para eleger o "supremo sortudo", caso do nosso protagonista, aparentemente.

De repente, Hinata acaba por conhecer seus novos colegas de classe, que por vez conhecer o que seria o novo... hum... nova professora deles... que se chama Usami, por ser um coelho de pelúcia rosa misturada com mahou shoujo (sério)... que do nada traz todos os estudantes para uma ilha tropical paradisíaca, onde o único objetivo é, pura e simplesmente, aproveitar os dias de sua juventude por lá, serem amiguinhos felizes e relaxar.

"Yare yare"
Todo mundo (até eu) fica confuso nesse ponto, mas depois de uma meia hora de jogo você acaba engolindo aquilo tudo (pelo menos os estudantes do jogo), mas, quando o tempo fecha, há a entrada genial do grande e único Monokuma, mesmo do jogo original, que dá uma coça na Usami e a transforma em Monomi (sim, ele arranca um olho dela) e transforma o jogo na típica Vida Escolar da Morte famosa no primeiro jogo: se os estudantes quiserem sair da ilha, eles vão ter que matar um de seus coleguinhas do jeito mais perfeito possível. Depois de um tempo de investigação e um tribunal de classe, se ninguém conseguir achar quem matou a vítima ou fazer a escolha errada, o verdadeiro culpado sai da ilha e o resto é punido. Para sobreviverem, deve-se chegar no culpado certo, para que assim só ele seja punido pelos seus atos.

O jogo conta com seis capítulos lotados de história, onde pouco a pouco acaba esclarecendo as dúvidas dos estudantes, como porque eles não lembrarem de entrar na sala onde todo mundo se encontra com todo mundo, mas abrindo muitas outras perguntas como se Hinata tinha algum talento supremo, se Monokuma e Monomi estão trabalhando juntos, e até mesmo quem é o "infiltrado" dentro do grupo de estudantes. Algumas respostas demoram bem mais que outras, mas acredite, é um passeio numa puta montanha-russa foderosa.

Traços, Trilha Sonora e Animação
... Na praia? Menina corajosa, hein!
Sinceramente, não há nada de diferente de quem está acostumado com o primeiro jogo. Sendo modelado na mesma engine e, originalmente, sendo lançado para PSP (assim como o primeiro jogo também), não havia como melhorar mais uma engine daquelas a menos que você deixasse de usar uma engine especializada para visual novels. Até mesmo os tribunais de classe funcionam de maneira idêntica a antes, com exceção, claro, dos novos mini-games, tanto dentro dos tribunais quanto nos modos fora do jogo (isso é papo pra minha opinião).

Por ser uma versão para o Vita, que tem um hardware consideravelmente melhor, temos uma experiência quase que lag-free, rarissimamente travando ou dando problemas. Além disso, também tem suporte para o touchscreen frontal e traseiro em alguns minigames, mas fora isso, não tem tanta diferença quanto foi minha experiência no PSP, apesar de mais cômodo se fosse dizer uma vantagem.

Acredite se quiser, foi uma referência ao jogo Kira*Kira (a música Kimi no Moto he)
Quanto às músicas, temos várias músicas iguais do jogo anterior e algumas músicas novas. Elas têm uma vibe bem similar, mas ao mesmo tempo têm um tom original neles, dando uma sensação nostálgica bem legal. Claro, estamos falando de músicas de um mesmo compositor das músicas originais do primeiro jogo, então pode ter gente que critique isso, mas por mim, eu gostei bastante do trabalho realizado, já que não foi algo como "copia o ritmo, muda as notas". Algumas músicas genuinamente te deixa relaxado como se estivesse numa ilha tropical mesmo, ou mesmo sentindo a mesma aflição dos personagens do jogo. E claro, temos as músicas com guitarras, que pra mim são as melhores e mais cheias de emoção. Ah, e uma dica, jogue com um fone de ouvido bom, garanto que você vai aproveitar bem mais as músicas assim.

Na dublagem, mesmo sendo quase exclusiva para os tribunais de classe, é extremamente bem trabalhada, diria até que mais que no jogo anterior por terem personagens ainda mais peculiares e certas seiyuus famosas, como a Ai Kayano (Akane, de Kanojo ga Flag wo Oraretara, Shiro de No Game No Life), Miho Arakawa (Himari, de Mawaru Penguindrum) e, claro, Hanazawa Kana (Nadeko de Bakemonogatari, Kanade de Angel Beats, Marie de Persona 4 Golden Animation), que dubla a garota mais fofoda do jogo, Chiaki Nanami (TIREM OS OLHOS, SEUS PUTOS!).

Sério, referência até nos livros da série Guia Mangá? CARALHO, QUE GÊNIO!
Opinião

As similaridades deste jogo com o jogo anterior da série são grandes, admito, mas se você acha que a experiência é a mesma ou é repetitiva para quem já jogou o jogo anterior, você está muito enganado. Danganronpa 2 começa (e fica, por muito tempo) como um jogo independente, onde tanto um jogador novato quanto um mais veterano à série pode jogar sem qualquer problema e sem medo de não entender o que está acontecendo. Apenas lá beeeeeeeeeeem pro final que, na verdade, tem uma ligação entre os dois jogos que passa além do simples tribunal de classe que tem o mesmo sistema e progressão.

Afinal, o mais interessante disso é que o jogo muitas vezes referencia o jogo anterior de jeitos bem engraçados, não no sentido de dar spoiler pesado, mas no sentido de já ir revelando coisas nas primeiras horas de jogo quando o jogo anterior só revelava bem pra frente. Pode soar frustrante, mas não é nem um pouco, uma vez que refresca a memória dos jogadores e também abre caminhos para a solução de outros mistérios ainda maiores. Falando em referência, essas com certeza são as partes mais engraçadas do jogo, onde há célebres cenas ou falas que claramente foram usadas em obras mais famosas. Animes shounen, jogos clássicos e atuais, uma sátira com a indústria de eroges e visual novels tradicionais, termos otakus jogados aqui e ali, e até referências com outros jogos (tem até de God of War, é só jogar com o áudio em japa que você descobre) são apenas algumas das coisas que realmente fazem o ritmo do jogo ficar mais agradável e menos depressivo do que aparenta ser... isso, além das piadas que ocorrem entre os personagens, algumas genuinamente engraçadas.

O tribunal de classe continua dividido em etapas semelhantes ao do jogo anterior: Make Your Argument faz você achar controvérsias (ou mesmo concordar com certas frases, algo novo aqui) com as evidências corretas, Improved Hangman's Gambit faz você adivinhar uma palavra-chave ao acertar diferentes letras (e ô mini-game difícil do cassete pra se jogar no final do jogo!), Panic Talk Action faz você "destruir" escudos do seu oponente e revidar seus argumentos com uma evidência, e o Closing Argument é a minha parte favorita, onde tudo se encerra ao recapitular o homicídio em forma de mangá. Além disso, dois novos mini-games foram adicionados: Rebuttal Showdown, onde você deve atacar precisamente as palavras que uma pessoa diz para ganhar credibilidade em algumas asserções suas (como se fosse um oponente dando um "Objection!" na sua cara), e o Logic Dive, onde você controla um surfista prateado e responde certas perguntas referentes ao caso para deduzir alguma coisa e progredir no debate. São boas adições, além de agora haverem pausas em cada tribunal para relembrar o jogador de salvar e deixar o suspense subir ainda mais, algo bem interessante.

Em se tratando da história em si, não quero dar spoilers (ou, no mínimo, não quero dar spoilers de partes significativas), mas acredite, mesmo pra aquele(a) personagem pau no rabo que você odeia durante o jogo inteiro ou para a sua futura nova waifu/hasubando que você paga pau pra cassete, nada livra ninguém de suspeitas quando chega a hora da verdade, por mais suspeito que ele pareça ser no começo ou por mais boazinha que ela possa ser com o protagonista. Tudo isso mexe até com o psicológico do jogador (qual jogo melhor pra retratar isso que Virtue's Last Reward, hein?), que sempre vai ter provas ou motivos para suspeitar de tal pessoa, mas que na verdade vai estar caindo no plano do Monokuma de nunca confiar em ninguém, o que deixaria os estudantes todos isolados entre si e impossibilitaria o trabalho de equipe para sair da ilha de outra forma. Apesar de possuir apenas um final, lembre-se, o jogo é imprevisível em todos os momentos (eu diria que no capítulo 4 e 5 ficam menos imprevisível por reduzir o número de estudantes vivos, mas ainda assim), logo, não espere a mesma solução "copiada" do jogo original.

O jogo rende umas boas 30 horas fácil nas mãos dos jogadores que realmente querem aproveitar o universo da trama principal, mas se ainda assim você acha que é pouco, você ficará mais que feliz em saber que a história não acaba no final.

"Hã?"

Depois de completar a história principal, ainda há mini-games com a Monomi, que dá uma ou duas horas de diversão extra e esforço para platinar, um modo de jogo alternativo caso a Monomi derrotasse o Monokuma (e até é interessante, pois no final tem diálogos exclusivos, e alguns até impressionantes, dos personagens, mesmo pra mim parecendo um dating-sim disfarçado), e até uma versão digital traduzida da light novel Danganronpa IF, que conta o que ocorreria caso Ikusaba Mukuro sobrevivesse no jogo original (spoiler? Onde?). Isso sem contar a quantidade de coisa que tem pra comprar com os monocoins obtidos no final dos tribunais de classe, que compram desde presentes que podem ser dados aos personagens para obter Hope Fragments mais facilmente (e pra platinar o jogo) até liberar eventos, CGs, músicas e filminhos do jogo para você ver a hora que quiser.

Bom, dito isso, o jogo também tem algumas falhas, como ter alguns (poucos) erros de gramática inglesa aqui e ali, algumas CGs cujos escritos não foram traduzidos pro inglês em alguns flashbacks dos tribunais (sim, é confuso), e a horrível tradução para o inglês, totalmente inexpressiva perto da dublagem original. Há quem diga que o final do jogo também deixa a desejar por acontecerem algumas coisas não tão legais ou mesmo injustas, mas acredite, o FINAL final mesmo, no sentido das cenas antes dos créditos rolarem e do epílogo, até que passa uma mensagem bem massa, mesmo que deixando coisas sem respostas ou duvidosas.

Veredito Final
Pontos Fortes 
      *História ainda melhor que do primeiro jogo
      *Personagens únicos e imprevisíveis
      *Quantia ignorantemente grande de referências à games, animes, visual novels e cultura otaku
      *Tribunais de classe continuam extremamente viciantes e imprevisíveis
      *Novos sub-modos nos tribunais de classe dão novo fôlego à série
      *Impressionante capítulo final
      *Muito conteúdo mesmo fora do jogo principal

 - Pontos Fracos
      *Alguns erros em diálogos onde o texto "vaza" da tela (não aparece por completo)
      *Infelizmente a maioria dos diálogos falados também só estão nos tribunais de classe
      *Dublagem em inglês é simplesmente frustrante
      *Algumas cenas podem não agradar todos

Nota: 9,5/10

Opinião final: É UM JOGO DO CARALHO

O que mais eu posso dizer? Nada, né? Então tchau.













Vale a pena comprar esse jogo?
Só um pouquinho... ͡(° ͜ʖ ͡°)
Você quis dizer: Vale a pena comprar um Vita só pra jogar esse jogo?

Resposta curta: vale, larga a mão de ser mão de vaca.

Resposta longa: Não importa se você é um novato em visual novels ou mesmo se nunca ouviu falar de Danganronpa antes, ou se você já é o cara pica que já leu Danganronpa Zero e vai comprar o Another Episode também (eu não faria isso se fosse você, mas ok). Danganronpa 2 é simplesmente fodástico, não deixa quem está começando por este jogo no escuro por ter um backstory muito bem explicado (mesmo que ainda assim seja bom dar uma olhada, pelo menos no anime), tem uma trama que se desenvolve num ritmo extraordinariamente bom, dá respostas bem concretas pra praticamente tudo que acontece na ilha (sério, até pra magia, os Monobeasts e até bugs dentro do jogo... sério), tem momentos bem engraçados, recheado de referências, viciante, um desfecho que liga os dois jogos certinho COM ESPAÇO DE SOBRA para ter uma continuação, que há quem diga ser o ponto final da série (buá, mas já?? NÃO ME DEIXEM NESSE DESESPERO!!!)

No mais, é isso. Eu particularmente comprei o jogo na pré-venda e não me arrependo nem um pouco disso, pois o jogo tem tanto conteúdo e é tão bom que vale cada meio centavo economizado. E tenho dito!
E que venha Danganronpa 3!
Espero que tenham gostado da análise de hoje. Enquanto isso, vou me dedicar a continuar aos meus outros afazeres até encontrar outro jogo massa para analisar. Até lá, pessoal!
Out.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Análise [13] - Zero Escape: Virtue's Last Reward - Salvando o impossível

 

Faz um tempinho desde que eu postei a análise de 999: Nine Hours, Nine Persons, Nine Doors, uma visual novel do fabuloso Kotaro Uchikoshi, ninguém menos que o criador original das melhores produções da já falecida KID, como Ever 17: The Out of Infinity (que eu ainda tenho que postar uma análise pra vocês!), Never 7 e Remember 11, os aclamados jogos da série infinity que marcaram a vida de todos que já jogaram esses jogos. Produzida pela Spike Chunsoft, que mesmo sendo um estúdio relativamente recente por ser uma fusão da Spike (Kurukuru Princess, Danganronpa) e Chunsoft (Kamaitachi no Yoru, 428: Fuusa Sareta Shibuya de), quer provar o seu domínio na produção de visual novels e RPGs para plataformas portáteis atualmente.

Neste jogo, todo mundo pode morrer... inclusive numa mesma rota...
Para o caso do jogo em que trataremos nesta análise, Zero Escape: Virtue's Last Reward (ou, em japonês, Kyokugen Dasshutsu ADV Zennin Shibou Desu), trata-se de uma continuação do jogo original, desta vez publicado pela Rising Star Games (Hakuoki) e pela Aksys (Blazblue, Fate/Extra). Disponível apenas para 3DS e Vita, isso pode deixar o jogo pouco acessível para quem ainda não tem bons motivos para investir nesses novos portáteis, mas eu lhe garanto, esse jogo sozinho já foi um bom motivo para mim... e não me arrependo nem um pouco da minha escolha. Aliás, se você é um ávido jogador de visual novels, JRPGs e jogos de aventura em estilo japonês, considero seriamente que você invista num Vita, considerando que o volume de jogos em geral, incluindo VNs, que estão sendo traduzidos para este de uns tempos para cá graças à NIS America, Xseed e da Idea Factory, apenas para citar algumas.

Sim, comprei um Vita só pra esse jogo e como investimento futuro em visual novels, mas... e o jogo? Vale tanto a pena assim? Não seria apenas um mimo exclusivo para os mais adeptos a jogos deste gênero e que o público geral não se interessaria tanto? Bem, isso você descobrirá a seguir!

História e Rotas
Esse coelinho pode ser engraçado e falar de um jeito bem peculiar, mas logo você verá o quão injustamente justo ele pode ser algumas vezes. -Usa
Você controla as ações de Sigma, um adulto nos seus vinte e poucos anos que foi sequestrado após passar a véspera de natal na universidade (que fracassado). Ele acorda em um dos quebra-cabeças do suposto Zero III, uma inteligência artificial bobona que é controlada pelo verdadeiro vilão do jogo que andou raptando pessoas por aí pra jogar o seu joguinho "à lá Jogos Mortais". Logo no primeiro puzzle, Sigma se encontra com Phi, uma garota misteriosa que aparentemente conhece Sigma, mesmo ele não tendo qualquer memória de tal evento.

Após escapar, Sigma e Phi reparam que não estão sós, uma vez que outras sete pessoas também se encontram na mesma situação, aparentemente sem nenhuma ligação entre eles. Após a rápida reunião entre eles, Zero III oficializa que os nove participantes ali reunidos seriam os jogadores de mais um Jogo Nonário, um cujo qual os jogadores devem resolver quebra-cabeças do estranho prédio em que eles se encontram para conseguirem progredir. A inovação desta vez é que, com os itens obtidos desses quebra-cabeças, os membros devem se enfrentar numa forma de votação, cuja qual, dependendo se você e o seu oponente quiser aliar um ao outro ou um tentar trair o primeiro, os jogadores podem ganhar ou perder pontos. Com nove ou mais pontos, o jogador pode sair pela porta de número nove e mandar um beijinho no ombro pros recalcados que vão ficar presos para sempre ali. Mas ao contrário da Mega Sena que ganha com mais ou menos pontos, se um jogador ficar com zero pontos ou pontuação negativa, ele morrerá, sem choro nem vela.

Momentos bizarros assim não são tão raros
Cabe então à Sigma a delicada decisão entre confiar nos outros jogadores para tentar fazer com que todos os jogadores possam sair do jogo juntos, mas com o risco de poder ser traído por jogadores que queiram ganhar pontos mais rapidamente, ou tentar ser o mestre na arte da enganação para sair deste pesadelo de uma vez por todas. Com 22 finais diferentes pelo jogo, há muitas possibilidades para o jogador tentar, com um total de mais de 40 horas de jogo para completar todos eles. Dentre esses finais, também há a possibilidade de você confiar mais em um jogador do que outro, o que levará você a uma espécie de mini-rota específica do personagem, cuja qual será vital para conseguir informações e acessar outras rotas do jogo. Sim, neste jogo não basta fazer as escolhas certas para ter um final legal. Cabe ao jogador lembrar partes cruciais da história, e até mesmo senhas espalhadas por diversas rotas para progredir rumo ao final verdadeiro do jogo.

Essa última parte lhe confundiu? Bom, isso é um sinal que você não jogou 999, mas você não precisa temer, uma vez que o jogo, tanto nos diálogos quanto nos documentos secretos que você pode obter dos quebra-cabeças, faz um bom papel em esclarecer e resumir o que ocorreu no jogo anterior (mas ainda recomendo jogar o jogo mesmo, tá? Tem coisa importante que ele não cita), além do que a história de Zero Escape começa num ritmo bem independente do primeiro jogo, apenas referenciando-o mais para o final.

A quatidade de finais ruins, os bad ends, continua alta e chega até a ser frustrante quando o jogo usa técnicas para tender a jogador a escolher uma certa opção e depois o jogador se ferrar por causa disso. Idem para quase todas as rotas que você quiser ser igual aquele personagem fdp e escolher trair a negada pra tentar sair do jogo mais cedo. Chega até a ser um jogo de tentativa e erro até você fazer as escolhas certas para progredir na história do jeito certo, o que pode enfurecer certas pessoas que não tenham tanto tempo ou dedicação para correr por todas as rotas, mas em compensação, alguns bad ends são até necessários para o jogador seguir antes que ele possa seguir a rota certa. Além disso, essa parte de ter que correr por rotas mais chatas para conseguir informações que são usadas em outras rotas principais é uma ideia bem original, mas que cansa o jogador casual que não quer ficar lembrando de tudo que foi dito, muito menos cortar a graça e usar um detonado pra ter essas respostas.


Traços, Trilha Sonora e Animação
Quer saber o motivo do 18+ na capa do jogo?... É, então...
Em contraste à 999, Zero Escape tem o seu visual quase que todo em 3D, o que colabora com alguns "vines" no meio do jogo, trechinhos curtos e animados em certos pontos da narrativa. É difícil acostumar com isso já que algumas vezes chega a ser desconcertante ver um lip sync tão zuado nos personagens ou a falta de CGs no jogo, mas logo você acaba deixando esse ponto de lado. Pelo lado bom, todos os puzzles deste jogo também são tridimensionais, o que dá uma melhor sensação para o jogador ao resolver os problemas que o jogo impõe.

Os controles sofreram umas boas inovações, não simplesmente servindo para passar diálogos, mas também com botões de atalho para acessar qualquer opção diretamente da tela de jogo ao invés de ter que abrir menus, o que eu achei bem cômodo. O jogo até tenta usar o acelerômetro do Vita em certos minigames, mas acabou saindo de um jeito tão ridículo que preferi usar os botões convencionais mesmo. No entanto, o touch screen capacitivo ajudou bastante nas horas em que tive que acessar o "memo" do jogo para fazer anotações relevantes, o que equilibra com a versão do 3DS que dá pra escrever com a stylus, já que é bem fácil escrever ou apagar o que precisa rapidamente.

Na parte sonora, o jogo deixa uma clara tensão correndo pelo jogo inteiro, com composições recheadas de sons metálicos e abusando de efeitos de ecos, o que simboliza músicas de suspense e lugares apertados, algo que serve bem para o título. Não diria que elas são tão bem feitas como outras trilhas sonoras de VNs mais recentes, mas o ritmo irriquieto e a atmosfera que o deixará em alerta constantemente serve ainda mais para deixar o jogador imerso na experiência do jogo.

Vale ressaltar também que, ao contrário de 999, o jogo conta com um extenso trabalho na dublagem dos personagens nas partes que não envolvem quebra-cabeças, contando ainda com nomes de peso na narração, como Omigawa Chiaki (Maka, de Soul Eater), Tamura Yukari (Mine, de Akame ga Kill, e Sakura, de Da Capo) e Daisuke Ono (Kakeru, de 11 Eyes, e Itsuki, de Suzumiya Haruhi no Yuutsu). Pontos extras também pra minha seiyuu favorita, Mamiko Noto, que faz a voz da Luna neste jogo. Por que é a minha favorita? Ela é quem faz as vozes divinas da Feel, de No Game No Life, e da Ichinose Kotomi, de Clannad. Não me leve a mal, Hanazawa Kana, mas Kotomi foi meu primeiro amor em animes <3.

Opinião
Alguns puzzles são fáceis até demais, incluindo os que envolvem matemática. Os que envolvem lógica vai fazer você literalmente quebrar a cabeça pra resolver... tá, não literalmente... e exceto se jogar no modo fácil

Tá, minha opinião pode ser (bem) tendenciosa, uma vez que Zero Escape cai como uma luva no gênero de jogo que eu mais gosto, acertando em todos os pontos mais relevantes. Histórias com toques de ficção, foco maior no desenvolver da plot e jeitos inéditos de progredir no jogo ao invés de simplesmente fazer as escolhas certas são todos fatores que me fazem as separar das VNs "clássicas", que têm sua fórmula imutável desde o seu surgimento, além de ter uma interação bem maior ao jogador, que não simplesmente fica apertando "X" toda hora pra passar os diálogos para usar a cabeça nos puzzles e mini-games.

Mesmo tendo jogado o jogo anterior, a vibe de Zero Escape é diferente por terem regras diferentes. Não basta simplesmente combinar pessoas diferentes para passar por portas diferentes, mas as ações que você toma nas votações dentro das Ambidex Rooms vai influenciar no seu parceiro da próxima parte do jogo, o que abre outras possibilidades, e cá entre nós, tem bastante coisa que muda entre as rotas que você pega. Pode todo mundo morrer, ou todo (quase) todo mundo se salvar. Pode ser que você consiga sair do jogo inteiro com sua parceira ou acabar ficando preso para sempre, mas ainda não necessariamente terminando em um final ruim. Agora, caso você queira respostas para as perguntas mais pertinentes como "Pra quê esse jogo foi criado?", "Quem é o verdadeiro Zero III?" ou "Quem caralhos era a mulher que morre no começo do jogo?", daí só a rota verdadeira poderá lhe esclarecer. E pra chegar até ela, tem muito chão, tendo que completar pelo menos 10 outras rotas para conseguir ter todas as informações para terminá-la.

... Calma, não é o que você está pensando...
A trama é super envolvente tanto nas primeiras horas de jogo quanto nas últimas, uma das melhores que você jogará no Vita sem sombra de dúvidas. Até se compararmos com 999, algumas falhas que o jogo anterior tinha foram corrigidas, como a inclusão de 3 baterias para salvar o jogo, um flowchart que mostra quais escolhas você já fez e quais ainda faltam (similar ao de School Days HQ e Cross Days, mas mais simplificado) e até um modo para diminuir a dificuldade de certos puzzles, que fazem os personagens darem dicas preciosas para os quebra-cabeças e fazer a solução deles serem até ridiculamente simples.

Infelizmente, ainda há erros que não dá pra ignorar. Os gráficos em 3D são bons para os puzzles, mas chega a ser estranho na parte da narrativa, ainda mais contando com um lip sync meia boca, o que me fez sentir falta dos gráficos em 2D de 999. Conseguir os documentos secretos do jogo também são desafiadores, mas uns chegam até a ser injustamente difíceis, como "Ter que ler um código de cabeça para baixo" ou "Fazer a superposição de dois mapas para revelar uma senha", e como são coisas opcionais do jogo, nem mudando pro nível mel na chupeta vai ajudar. Além disso, a quantidade de bad ends também aumentou neste jogo, e isso passa até a ser mais injusto que no jogo anterior, uma vez que certos personagens podem fazer você tender a tomar a decisão errada, ou mesmo o jogo ferrar o personagem principal independente da escolha que ele faça (sim, tem uma rota assim!), o que é frustrante para o jogador que simplesmente quer alcançar a rota verdadeira, mas que deve aturar com horas e horas enfrentando bad ends "necessários" para isso.

A tradução para o inglês impressionou também, ainda mais com a proeza ao adaptar coisas aparentemente inadaptáveis entre as línguas, como a terminação "-usa" que o Zero III tem mania de falar, ou quando Sigma fala vários "nya" quando se trata de gatos, ou até mesmo ao encontrar um robô que fala em dialeto Kansai que acaba sendo traduzido com algo caipira (o que é meio preconceituoso, mas acabou ficando legal). Por incrível que pareça, mesmo não sendo uma das traduções mais fiéis de uma VN (como a de Persona 3 e 4), é uma tradução bem envolvente e até engraçada em alguns pontos, mesmo o jogo em si sendo sério na sua grande parte. Junte a isso com vários fatos interessantes, analogias, teorias científicas (já ouviu falar no Gato de Schrödinger? Ou o que é antimatéria?) e uma história que vai ficando cada vez mais complexa e viciante, e pronto, tá aí a receita para um jogo inesquecível.

Veredito Final
Mas o jogo tem... Gatinhos! Nyaaaaaa~~
Pontos Fortes 
      *Narrativa e história excepcionais
      *Puzzles desafiadores
      *Conta com dubladores de peso
      *Funções inovadoras para visual novels
      *Volume de informações e fatos interessantes
      *Qualidade da tradução para o inglês
      *Extremamente viciante e impressionante durante suas últimas horas de jogo

 - Pontos Fracos
      *Falta da CGs e gráficos em 3D podem incomodar
      *Forçar o jogador a completar várias rotas, inclusive bad ends, para progredir
      *Inconsistência na dificuldade de certos puzzles (especialmente para conseguir as senhas secretas)
      *Não "fecha" a história no seu final verdadeiro, abrindo espaço demais para uma continuação

Nota: 9,0/10

Opinião final: Vamos ser francos, Zero Escape é do caralho. Algo que aparentemente começa como uma VN independente e um bom tanto diferente de 999 vira algo fabuloso, mantendo seu ritmo surpreendente e imprevisível até um nível quase impossível onde praticamente qualquer teoria pode ser verdade dependendo do jeito que você pense. Acredite, você vai passar o jogo pensando em possíveis respostas pro jogo, mas muitas delas vão desabar quando menos espera. Phi, uma espécie de agente neutro ao jogo, esclarece isso ao nunca estar no lado de ninguém, sempre aberta a novas teorias e possibilidades por mais que os fatos apontem para uma resposta aparentemente óbvia.

É um jogo que muitos adjetivos positivos não conseguem capturar, mesmo não sendo a VN mais imersiva que já joguei até agora (até comparando com Danganronpa, já que ele possue um ritmo bem mais digerível  e engraçado que Zero Escape). A única coisa que sinceramente me desapontou e me impediu de dar uma nota maior, mais relevante do que os pontos negativos que já citei, é que Zero Escape é uma história "vazia", com um final que atinge o famoso cliffhanger, deixando claro que a história foi escrita para ter uma continuação, mas que teve que terminar aí. Não é por menos que os fãs da série até tentaram convencer o criador a continuar com a produção de um novo jogo com a iniciativa do Operation Bluebird, mas até agora, não houve grandes frutos de sucesso. Com isso, muitas perguntas BEM pertinentes ao universo acabam sem respostas, o que acaba dando a impressão que o jogador gastou horas de jogo em vão.

Isso não tira o prazer do jogo, claro, o que pode servir como base para muitos outros títulos que possam vir no futuro e na vida de quem está aí para justamente explorar novos tipos de jogos e visual novels. A incessante busca pela verdade que acaba por envolver acontecimentos aparentemente sem volta e na esperança que os personagens possam se salvar no maior estilo MacGyver japonês é um conto de tirar o fôlego. Por isso o aviso: cuidado com a sua vida social depois que começar a jogar este jogo, viu!

Vale a pena comprar esse jogo?
Com toda certeza, contanto que você esteja disposto (ou já tenha) um dos portáteis e já tenha alguma experiência em visual novels. Não é o jogo mais simples do gênero, e mesmo tendo uma abordagem diferente que um dating sim, o fluxo de informações pode não agradar quem não gosta de ficar horas e horas na frente de uma tela de LCD/OLED lendo textos e mais textos. Por já ser um jogo antigo, é fácil arranjar uma cópia usada e economizar umas dilmas pela mesma experiência, algo que com certeza pode chamar a atenção também de quem não tenha muito para se jogar atualmente.

Tem um 3DS ao invés de um Vita? Só tome cuidado com a região do cartucho que você for arrumar, mas no mais, não vejo diferença em performance ou no gameplay das duas plataformas, simplesmente escolha o que mais lhe agradar e o que for mais conveniente. Agora, se você não tiver pressa (no sentido de poder esperar uns anos aí), pode economizar um dinheiro aí até o anúncio do terceiro e último jogo da série, que promete fechar tudo bonitinho e não ficar com uma possível ânsia/angústia em um caso de amor com o jogo, mas cuja obra ainda deixa respostas em branco e muitos fatos sem esclarecimento.
Poder ser que você não tenha entendido nada da análise, mas se você nem entendeu o porquê dessa nota tão alta mesmo com tanta picuinha, só jogando o jogo mesmo.

Bem, essa foi a nossa análise. Espero que tenham gostado, e se o jogo estiver na promoção mais uma vez, vale a pena dar uma pensada na hora de comprar!
Out.

domingo, 24 de agosto de 2014

AEHOO! Clannad Full Voice Será Lançado na Steam pela Sekai Project!!


O sonho de todo amante de visual novels era que uma das visual novels dos maiores e mais bem reconhecidos estúdios de produção de jogos do gênero chegasse ao ocidente de forma oficializada para assim ter um melhor acesso aos bens da mesma série ou franquia. Não muito tempo atrás, a Sekai Project já havia demonstrado interesse em, finalmente, atender a esses fãs, trazendo Planetarian para a plataforma de PC mais conhecida atualmente, a Steam, pertencente à empresa Valve (Left 4 Dead, Half-Life, Team Fortress, Dota 2).

A notícia não deu o que falar e acabou se espalhando demais para os quatro cantos do planeta, mesmo não se tratando de uma das visual novels mais conhecidas da empresa, mas pelo fato que ela estaria em breve à disponibilidade de qualquer um que se interessasse, acabando de vez com a barreira intercontinental que é arriscar por sites estrangeiros que cobram o olho da cara para importações de produtos e ainda por cima pode dar o azar de cair na alfândega e sair uma verdadeira fortuna para o consumidor. Aliás, o impacto foi tão grande que, quando a Sekai Project perguntou aos fãs qual outra VN eles gostariam de ver traduzida oficialmente, choveu o pedido mais óbvio que se poderia fazer: trazer Clannad para a galera.


Eu particularmente não achava que o processo seria tão fácil assim, uma vez que anteriormente já houve essa tentativa de aproximação entre a Key e o povo ocidental, mas que não deu muito certo. Houve boatos que uma tradução oficial também custaria uma fortuna e então nunca foi aceita, algo que lembra também os anos 2000 e sua tentativa de trazer VNs para o ocidente, mas cujo público-alvo ainda era muito menor se comparado com o cenário atual, tanto nos EUA quanto no resto de mundo que não inclua Japão (óbvio), China e Rússia, os países que mais comprar esses produtos e, consequentemente, onde tem mais grupos de tradução das VNs originais japonesas.

No entanto, na noite de ontem (23), durante a Japan Expo USA, uma convenção japonesa que surgiu em 1999, a Sekai Project surpreendeu TODO MUNDO ao anunciar oficialmente que eles seriam os responsáveis por traduzir Clannad para o inglês, disponibilizando a versão final para download na Steam. Trata-se da versão Full Voice do jogo, que como o nome sugere, é idêntico ao jogo original, mas com as vozes de todos os personagens principais do jogo e CGs em alta resolução (pra época, né, que seria 800x600). Infelizmente, caso você queira ver vozes para personagens secundários, vai ter que correr atrás da versão para Xbox 360, PS3 ou Vita, cujas quais não têm previsão para serem lançadas em inglês (se é que vão).


Clannad é uma visual novel de 2004, mesmo ano em que foi lançado Fate/Stay Night, com o brilhante Maeda Jun como escritor dos cenários e compositor das músicas, e Itaru Hinoue responsável no character design das heroínas. Ela narra a história de Okazaki Tomoya, um estudante do ensino médio que está de saco cheio da vida por vários motivos: vida entediante, nada de interessante acontecendo, pai bêbado, problemas para chegar na vida adulta e afins. Tudo isso começa a mudar quando ele se encontra com Furukawa Nagisa no caminho para a escola, uma garota no qual acaba por despertar o interesse dele e, com o passar do tempo, desenvolvendo uma amizade com ela e demais garotas que ele acaba por encontrar na escola. Ao mesmo tempo, seus sonhos sempre retratam um lugar quase que inóspito, com exceção de uma garota que o faz companhia, mesmo ele não podendo se comunicar com ela. O mistério da vida dos personagens, tanto do protagonista quanto da heroína que ele acaba se apaixonando dependendo das ações do jogador, se desenvolvem em algo ainda mais profundo, que termina por abrir passagem para a verdadeira rota do jogo, o After Story, onde retrata um epílogo da vida escolar de Tomoya, na qual ele deve enfrentar as responsabilidades e consequências de entrar na vida adulta.

Sim, é bem fiél ao anime, mas por se tratar de uma visual novel bem longa, é claro que há momentos, cenas e eventos exclusivos ao jogo, o que incentiva os fãs que só viram o anime a dar uma conferida no jogo e se aprofundar ainda mais na história e conhecer melhor os personagens e seus traumas dificuldades.


Nenhum outro jogo da Key foi anunciado, logo, para quem estava esperando uma tradução oficial de Little Busters!, Air, Kanon, Rewrite ou mesmo o futuro Angel Beats!, vai ter que esperar mais um bocadinho. O jogo não tem uma previsão para o lançamento ainda, mas há quem diga que, devido à quantidade de projetos que a Sekai Project tem atualmente (Grisaia no Kajitsu, Fault Milestone One), não deve sair tão cedo assim, provavelmente no final de 2015, sendo otimista. No entanto, agora que temos a confirmação que o jogo VAI sair, pode já ir guardando as moedas pra comprar o jogo, pipoca e caixas de lenços (... já falei que o jogo é all-ages, não?), pois FINALMENTE TÁ CHEGANDO, CARAAAAAAAAAAA!!!


Gostaram da notícia? Eu adorei! mas é isso aí, vejo vocês na próxima postagem (que desta vez não deve demorar tanto assim xd)
Out.